HÁBITOS ALIMENTARES DE PEIXES DO RIO CARLINDA –
MT BRASIL
EZEQUIAS DA SILVA FREITAS1, DIVINA
SUEIDE GODOI2, SOLANGE ARROLHO3, LUCAS LEAL DE ANDRADE4,
RENAN DE OLIVEIRA5
O Brasil possui uma
vasta rede hidrográfica, possibilitando uma grande diversidade de peixes sendo
que boa parte dessa diversidade está concentrada no Mato Grosso, principalmente
no norte, na bacia Amazônica. O estudo da dieta dos peixes permite identificar
as categorias tróficas das quais pertencem e também sua estrutura gerando
subsídios para o entendimento das relações da ictiofauna. As variações sazonais
são importantes fatores que afetam a estrutura da comunidade de peixes,
principalmente as que estão relacionadas à dieta, a qual apresentará um número
de espécies com diferentes hábitos e comportamentos alimentares. Neste trabalho
foram analisados os hábitos alimentares das espécies de peixes coletadas no rio
Carlinda observando os conteúdos estomacais encontrados em dois períodos sazonais (seca e cheia). O estudo foi realizado em um afluente do rio Teles Pires, o rio
Carlinda, localizado entre os municípios de Carlinda e Alta Floresta – MT.
Visando delimitar a área de trabalho, foram demarcados três trechos de coleta
no rio (Nascente, curso intermediário e foz).
As coletas ocorreram nos períodos da cheia e da seca, utilizando diferentes
materiais de pesca e diversas iscas. Foram coletados na nascente 81 espécimes,
no curso intermediário 143 e na foz 82, desses, 25 espécies na seca e 29 na
cheia, totalizando 33 espécies. Nas análises, utilizaram-se os métodos de
freqüência de ocorrência e índice volumétrico (Hynes, 1950; Hyslop, 1980). O
resultado da freqüência de ocorrência e índice volumétrico foi combinado no
índice de importância alimentar de Kawakami e Vazzoler (1980). O item alimentar predominante foi restos
vegetais (nascente), detrito (curso intermediário), restos de peixe e restos
vegetais (foz). Algumas espécies apresentaram hábitos diferenciados quando
comparados com outros autores, esta diferença pode estar relacionada ao
número de exemplares analisados nesta pesquisa, e também pelo fato de que
algumas espécies variaram a porcentagem dos itens consumidos, indicando
plasticidade alimentar. Os hábitos alimentares desses peixes podem estar
relacionados às condições sazonais e os tipos de vegetações encontradas na mata
ciliar. Na nascente a vegetação era aberta e com poucas árvores, no curso
intermediário apresentava mata semi-aberta e árvores de porte médio, já na foz,
mata fechada, com um número maior de árvores de grande porte. Essas variações
podem influenciar os recursos alimentares para a ictiofauna. As espécies coletadas foram classificadas
como: herbívoras, insetívoras, carnívoras e detritívoras e mantiveram seus hábitos alimentares em ambos
os períodos, somente duas espécies (Pimelodus
albofasciatus e Bryconops melanurus)
alteraram seus hábitos alimentares.
Palavras - Chave: Ictiofauna, Diversidade, Dieta, Bacia amazônica.
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