quinta-feira, 12 de abril de 2012

Resumo publicado no XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia 2012

HÁBITOS ALIMENTARES DE PEIXES DO RIO CARLINDA – MT BRASIL


EZEQUIAS DA SILVA FREITAS1, DIVINA SUEIDE GODOI2, SOLANGE ARROLHO3, LUCAS LEAL DE ANDRADE4, RENAN DE OLIVEIRA5

O Brasil possui uma vasta rede hidrográfica, possibilitando uma grande diversidade de peixes sendo que boa parte dessa diversidade está concentrada no Mato Grosso, principalmente no norte, na bacia Amazônica. O estudo da dieta dos peixes permite identificar as categorias tróficas das quais pertencem e também sua estrutura gerando subsídios para o entendimento das relações da ictiofauna. As variações sazonais são importantes fatores que afetam a estrutura da comunidade de peixes, principalmente as que estão relacionadas à dieta, a qual apresentará um número de espécies com diferentes hábitos e comportamentos alimentares. Neste trabalho foram analisados os hábitos alimentares das espécies de peixes coletadas no rio Carlinda observando os conteúdos estomacais encontrados em dois períodos sazonais (seca e cheia). O estudo foi realizado em um afluente do rio Teles Pires, o rio Carlinda, localizado entre os municípios de Carlinda e Alta Floresta – MT. Visando delimitar a área de trabalho, foram demarcados três trechos de coleta no rio (Nascente, curso intermediário e foz). As coletas ocorreram nos períodos da cheia e da seca, utilizando diferentes materiais de pesca e diversas iscas. Foram coletados na nascente 81 espécimes, no curso intermediário 143 e na foz 82, desses, 25 espécies na seca e 29 na cheia, totalizando 33 espécies. Nas análises, utilizaram-se os métodos de freqüência de ocorrência e índice volumétrico (Hynes, 1950; Hyslop, 1980). O resultado da freqüência de ocorrência e índice volumétrico foi combinado no índice de importância alimentar de Kawakami e Vazzoler (1980). O item alimentar predominante foi restos vegetais (nascente), detrito (curso intermediário), restos de peixe e restos vegetais (foz). Algumas espécies apresentaram hábitos diferenciados quando comparados com outros autores, esta diferença pode estar relacionada ao número de exemplares analisados nesta pesquisa, e também pelo fato de que algumas espécies variaram a porcentagem dos itens consumidos, indicando plasticidade alimentar. Os hábitos alimentares desses peixes podem estar relacionados às condições sazonais e os tipos de vegetações encontradas na mata ciliar. Na nascente a vegetação era aberta e com poucas árvores, no curso intermediário apresentava mata semi-aberta e árvores de porte médio, já na foz, mata fechada, com um número maior de árvores de grande porte. Essas variações podem influenciar os recursos alimentares para a ictiofauna. As espécies coletadas foram classificadas como: herbívoras, insetívoras, carnívoras e detritívoras e mantiveram seus hábitos alimentares em ambos os períodos, somente duas espécies (Pimelodus albofasciatus e Bryconops melanurus) alteraram seus hábitos alimentares.

Palavras - Chave: Ictiofauna, Diversidade, Dieta, Bacia amazônica.


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